Rotina de milhares de passageiros ficou ainda mais cansativa com a demora maior no deslocamento
 
Já faz mais de um ano que a Central do Brasil parece mais distante para moradores da Zona Oeste e municípios próximos. A Supervia anunciou em junho de 2020 o fim dos trens expressos no ramal Santa Cruz e, desde então, a rotina de milhares de passageiros ficou ainda mais cansativa com a demora maior no deslocamento entre casa e trabalho.
As cerca de 1h20 adicionadas ao percurso de ida e volta têm feito diferença na vida de trabalhadores como Érika Cristina, de 31 anos, moradora de Seropédica, que ainda precisa pegar um ônibus até Campo Grande para chegar na estação da Supervia.
 
"É um caos. Isso teve um impacto grande para mim, porque agora chego quase sempre atrasada. Levava uns 50 minutos até a Central. Agora, levo 1h30, 1h40...", conta a vendedora de roupas.
Quando anunciou a medida, a Supervia alegou que a interligação dos ramais Santa Cruz e Deodoro diminuiria a lotação nas composições, pois os expressos Japeri e o Santa Cruz dividiam a mesma linha e isso causava um "engarrafamento de trens". Os passageiros, porém, não têm reparado melhorias.
"Vem cheio da mesmo forma ou pior. No horário de pico, então, está sempre cheio, do mesmo jeito de antes da pandemia", disse Érika.
O porteiro André Pereira, 47, reforça a crítica: "Se não voltar, que pelo menos deixem os intervalos menores para a gente chegar mais rápido e diminuir a lotação. Mas, como demora muito, está sempre cheio", reclama o morador de Guaratiba que trabalha no Méier. Mesmo com um trajeto menor, ele tem sentido a diferença.
"Fica parando em todas as estações de Deodoro, então leva muito mais tempo pra chegar lá. Saía de casa às 17h, agora tenho que sair às 16h30 para tentar chegar às 20h", explica André.
A diferença no tempo de viagem acontece por causa da quantidade de estações em que os trens param para entrada e saída de passageiros. Antes da mudança, o expresso só parava quatro vezes entre Deodoro e a Central do Brasil. Agora, são 16 paradas. Quem quiser acelerar o percurso precisa fazer baldeação no meio de caminho e pegar um trem do ramal Japeri.
Outra reclamação dos usuários é o intervalo ainda mais demorado entre os trens nos finais de semana. De segunda a sexta, o tempo de espaço entre as composições é de aproximadamente cinco minutos, mas pode chegar a uma hora aos sábados e domingos, fora os atrasos frequentes causados por fatores externos. 
"Fim de semana é de uma em uma hora, o que é péssimo para mim. Se perder um trem, já me atraso. Tenho que sair ainda mais cedo de casa", relata Érika, que também trabalha aos sábados.
Fonte: ODia online/Danillo Pedrosa
 

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