Destaque
01/08/2021 04H39
Rotina de
milhares de passageiros ficou ainda mais cansativa com a demora maior no
deslocamento
Já faz mais de um ano que a
Central do Brasil parece mais distante para moradores da Zona Oeste e
municípios próximos. A Supervia anunciou em junho de 2020 o fim dos trens
expressos no ramal Santa Cruz e, desde então, a rotina de milhares de
passageiros ficou ainda mais cansativa com a demora maior no deslocamento entre
casa e trabalho.
As cerca de 1h20 adicionadas
ao percurso de ida e volta têm feito diferença na vida de trabalhadores como
Érika Cristina, de 31 anos, moradora de Seropédica, que ainda precisa pegar um
ônibus até Campo Grande para chegar na estação da Supervia.
"É um caos. Isso teve um
impacto grande para mim, porque agora chego quase sempre atrasada. Levava uns
50 minutos até a Central. Agora, levo 1h30, 1h40...", conta a vendedora de
roupas.
Quando anunciou a medida, a
Supervia alegou que a interligação dos ramais Santa Cruz e Deodoro diminuiria a
lotação nas composições, pois os expressos Japeri e o Santa Cruz dividiam a
mesma linha e isso causava um "engarrafamento de trens". Os
passageiros, porém, não têm reparado melhorias.
"Vem cheio da mesmo
forma ou pior. No horário de pico, então, está sempre cheio, do mesmo jeito de
antes da pandemia", disse Érika.
O porteiro André Pereira, 47,
reforça a crítica: "Se não voltar, que pelo menos deixem os intervalos
menores para a gente chegar mais rápido e diminuir a lotação. Mas, como demora
muito, está sempre cheio", reclama o morador de Guaratiba que trabalha no
Méier. Mesmo com um trajeto menor, ele tem sentido a diferença.
"Fica parando em todas
as estações de Deodoro, então leva muito mais tempo pra chegar lá. Saía de casa
às 17h, agora tenho que sair às 16h30 para tentar chegar às 20h", explica
André.
A diferença no tempo de
viagem acontece por causa da quantidade de estações em que os trens param para
entrada e saída de passageiros. Antes da mudança, o expresso só parava quatro
vezes entre Deodoro e a Central do Brasil. Agora, são 16 paradas. Quem quiser
acelerar o percurso precisa fazer baldeação no meio de caminho e pegar um trem
do ramal Japeri.
Outra reclamação dos usuários
é o intervalo ainda mais demorado entre os trens nos finais de semana. De
segunda a sexta, o tempo de espaço entre as composições é de aproximadamente
cinco minutos, mas pode chegar a uma hora aos sábados e domingos, fora os
atrasos frequentes causados por fatores externos.
"Fim de semana é de uma
em uma hora, o que é péssimo para mim. Se perder um trem, já me atraso. Tenho
que sair ainda mais cedo de casa", relata Érika, que também trabalha aos
sábados.
Fonte: ODia online/Danillo
Pedrosa