O SescTV exibe pela primeira vez, nesta quarta-feira, 22, às 22h, o show “100 Anos de Elizeth Cardoso”, em homenagem à cantora, gravado no Sesc Pinheiros, em março de 2020, com direção de Viviane Rodrigues. O repertório rememorou canções como “Na Cadência do Samba” (Ataulfo Alves e Paulo Gesta), “Flor e Espinho” (Nelson Cavaquinho, Guilherme Brito e Aladés Caminha) e “Chega de Saudade” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), famosas na voz da artista, que morreu aos 70 anos de idade, em maio de 1990.


Dirigido por Viviane Rodrigues e produzido pela BR153 Filmes, o registro da apresentação reuniu Alaíde Costa, Ayrton Montarroyos, Claudette Soares, Eliana Pittman, Leci Brandão e Zezé Motta. O time de intérpretes foi reunido pelo produtor musical Thiago Marques Luiz, que se especializou em tributos para marcar o centenário de nomes da música brasileira. Boa parte do elenco que ele selecionou já conviveu com Elizeth.



Entre canções e depoimentos, intérpretes fazem referência a episódios em que Elizeth marcou suas carreiras e vidas. A cantora Eliana Pittman admite que foi criada em um mundo em que a voz do momento era a de Elizeth Cardoso. “Ela era uma mulher negra, cantora e artista num país que não respeita nada, e brigou pelo seu lugar com classe, sem apelação”. Já Leci Brandão assinala que hoje todo mundo é diva, mas divina, era um título que só Elizeth tinha. Durante o show, Leci Brandão comenta sensibilizada que gostaria de cantar ao lado da homenageada a faixa “Canção de Amor” (Chocolate e Elano de Paula). E acaba fazendo isso na gravação, mas sem a Divina.


Para a atriz e cantora Zezé Motta, ela merecia o título que tinha de “Divina”. “Elizeth era romântica, sofrida e corajosa. Ela nunca desistiu do amor”, diz Zezé, e ressalta que ser considerada “Divina”, não é para qualquer pessoa. O cantor Ayrton Montarroyos completa: “Ser chamada de divina não é para qualquer um”. Ele recorda que pediu à avó, de presente de aniversário, ir a um show de Elizeth Cardoso, mas ela já não era mais viva e a música dela está nele como está na história da música popular do Brasil. “Elizeth conseguia interpretar tudo muito bem – bossa nova, samba, samba canção, samba de partido alto. Ela foi realmente uma intérprete sem amarras e sem nenhum impedimento”, afirma.

Montarroyos observa ainda que, num momento em  se fala tanto de empoderamento e inclusão da mulher, Elizeth foi uma mulher negra, vinda do povo, e que conseguiu reconhecimento  em 1940, um época muito mais difícil.



Repertório do especial “100 Anos de Elizeth Cardoso”:
 
Sei lá Mangueira (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho);
Flor e Espinho (Nelson Cavaquinho, Guilherme Brito e Aladés Caminha);
Canção de Amor (Chocolate e Elano de Paula);
Canção da Manhã Feliz (Haroldo Barbosa e Luiz Reis);
Deixa (Baden Powell e Vinicius de Moraes);
Naquela Mesa (Sérgio Bittencourt);
Última Forma (Baden Powell e Paulo César Pinheiro);
Cidade Vazia (Baden Powell e Lula Freire);
Estrada Branca (Tom Jobim e Vinicius de Moraes);
Folhas no Ar (Elton Medeiros e Hermínio Belo de Carvalho);
Nossos momentos (Haroldo Barbosa e Luiz Reis);
Barracão (Luiz Antonio e Oldemar Magalhães);
Tudo é Magnífico (Haroldo Barbosa e Luiz Reis);
Na Cadência do Samba (Ataulfo Alves e Paulo Gesta);
Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes).
 
Fonte: Portal Sucesso/Foto: Divulgação


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