Música
25/09/2021 08H21
Para homenagear Aldir
Blanc, que morreu em maio do ano passado vítima de complicações
da Covid-19, a Biscoito Fino está lançando o álbum “Aldir Blanc Inédito”,
em que grandes nomes da música brasileira, amigos e admiradores do poeta,
interpretam 12 canções inéditas. Na sexta-feira, 24, o projeto estreou
nas plataformas de música para, em outubro, ganhar edição física, em CD.
Com arranjos de Cristóvão Bastos e produção musical
de Jorge Helder, o projeto gravado de julho a agosto deste ano, seguindo
todos os protocolos necessários, estabelece uma transversal do tempo dos
parceiros de Aldir. Vai de João Bosco (com quem fez diversos
clássicos desde que se conheceram, na virada para 1970), passa
por Guinga, Moacyr Luz e Cristóvão Bastos, e chega ao
ator/cantor Alexandre Nero, último parceiro de Aldir.
A ideia do álbum surgiu quando Mary Lúcia de Sá Freire, viúva do compositor, voltou de uma viagem ao sul do País, no início deste ano. Determinada a rever sua nova jornada e honrar a memória de Aldir, Mary reuniu manuscritos, letras e poesias inéditas, material que chegou até a gravadora carioca pelas mãos da cantora e compositora Ana de Hollanda e de Sônia Lobo, administradora da Nossa Música, braço editorial da Biscoito Fino. “Aldir Blanc Inédito” tomou forma a partir da contribuição de parceiros e amigos de Aldir Blanc: algumas músicas já estavam finalizadas, outras ganhariam melodias neste ano. O projeto foi gravado em tempo de celebrar os 75 anos do compositor e cronista, nascido em 2 de setembro de 1946.
“Aldir Blanc Inédito”, que tem capa
do ilustrador Elifas Andreato, abre com João Bosco interpretando
um daqueles típicos sambas da parceria Bosco/Blanc, que retratam o clima da
boemia carioca. A música foi feita para uma campanha publicitária de cerveja
por volta de 2013/2014, mas não foi aproveitada. João juntou várias ideias de
Aldir e fez uma segunda parte. Ao completar a canção, batizou-a de “Agora eu
Sou Diretoria”. Moacyr Luz, outro parceiro de Aldir, assina três músicas
do álbum. Em 2017, Aldir fez a letra existencial e espiritualista de “Palácio
de Lágrimas” pensando na voz de Maria Bethânia. E é a baiana
que, acompanhada pelo violão de 7 cordas de João Camarero e pela
viola caipira de Paulo Dáfilin, dá a interpretação exata às palavras de
Aldir. Moacyr ainda participa como intérprete do samba-canção “Mulher Lunar”,
parceria com Luiz Carlos da Vila e Aldir.
Outro destaque do projeto é a participação de Chico Buarque. A
relação afetuosa do cantor e compositor com Aldir começou nos anos 70.
Anos mais tarde, participou do álbum “Simples e Absurdo” (1991), primeiro
compilado das canções de Guinga e Aldir. Ao saber do projeto de
inéditas do letrista, escolheu “Voo Cego”, um soneto com o eu-lírico
feminino musicado por Leandro Braga.
Repertório e intérpretes do álbum “Aldir Blanc Inédito”:
1 – Agora eu Sou Diretoria (João Bosco e Aldir Blanc) – João Bosco
2 – Palácio de Lágrimas (Moacyr Luz e Aldir Blanc) – Maria Bethânia
3 – Baião da Muda (Moyseis Marques, Nei Lopes e Aldir Blanc)
– Moyseis Marques
4 – Voo Cego (Leandro Braga e Aldir Blanc) – Chico Buarque
5 – Navio Negreiro (Guinga e Aldir Blanc)- Leila Pinheiro / Guinga
6 – Provavelmente em Búzios (Cristóvão Bastos e Aldir
Blanc)- Dori Caymmi
7 – Acalento (João Bosco, Moacyr Luz e Aldir Blanc)– Ana de Hollanda
8 – Aqui, Daqui (Joyce/Aldir Blanc) – Joyce Moreno
9 – Mulher Lunar (Luiz Carlos da Vila, Moacyr Luz e Aldir
Blanc) – Moacyr
Luz
10 – Outro Último Desejo (Clarisse Grova e Aldir
Blanc) – Clarisse
Grova
11 – Ator de Pantomima (Sueli Costa e Aldir Blanc) – Sueli Costa
12 – Virulência (Alexandre Nero, Antônio Saraiva e Aldir Blanc)
– Alexandre Nero
Fonte:
Portal Sucesso/Fotos: Divulgação