Música
09/11/2021 08H09
A década passada foi um período importante para a indústria da música, com grandes transformações, investimentos em tecnologia e mudanças na forma de consumo. “No Brasil, a gestão coletiva da música — composta pelas associações Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC e o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) — participa ativamente de todos os rumos que essa indústria vem tomando ao longo dos anos”, informa o press release distribuído aos jornalistas pelo Ecad, órgão que está lançando nesta segunda-feira mais uma edição do relatório “O que o Brasil ouve”.
Desta vez, o relatório aponta conquistas importantes e
históricas para a classe artística nos últimos dez anos e as preferências
musicais dos brasileiros neste período, com destaque para a ascensão ainda
maior do sertanejo, gênero musical que desde os anos 1990 vem ocupando o
espaço principal na grade de shows, rádios e, mais recentemente, também no
ambiente online. O gênero ganharia novas vertentes na última década, com a
solidificação do sertanejo universitário e do forronejo. Foram produzidos
rankings musicais com as músicas mais tocadas nos segmentos de Rádio e Show em
2011 e 2020, que mostram a mudança no gosto musical no país. Em 2011, das 20
músicas mais tocadas em rádios, 13 foram canções internacionais, mas o
sertanejo já aparecia. Em 2020, no ranking deste segmento, a grande maioria das
14 canções brasileiras estava relacionada ao gênero.
O estudo apresenta o crescimento de mais de 130% dos valores
distribuídos em direitos autorais na última década. Foram distribuídos mais de
R$ 8,2 bilhões para 470 mil compositores, artistas e demais titulares de música
nos últimos 10 anos. O aumento da quantidade total de titulares contemplados em
2020 foi expressivo, representando um crescimento de 183,9% na última década.
Os valores anuais também aumentaram significativamente, muito por conta do
esforço do órgão e das associações na fiscalização e cobrança junto a setores
que usam a música, mas que por vezes não pagam os direitos sobre esta
utilização. Em 2011, por exemplo, foram arrecadados 540 milhões aos
autores; em 2019, esse valor foi superior a 1,1 bilhão e no ano passado, mesmo
com a pandemia da Covid-19, o montante foi de 905 milhões.
Também estão no relatório informações sobre a consolidação das
novas formas de utilização musical, com o avanço do digital, e um balanço da
atuação das associações de música e do Ecad. Fazem parte ainda do relatório as
ações emergenciais e de auxílio adotadas durante a pandemia do coronavírus que
ajudaram milhares de compositores e artistas. “Esse relatório mostra a
trajetória da música no Brasil e os caminhos que a gestão coletiva da música
percorreu para fortalecer esse mercado na última década, comprovando a
importância do trabalho que vem sendo realizado. Todos esses dados apontam que
devemos seguir firmes na direção da luta pela valorização dos direitos autorais
da classe artística. Já tivemos muitas conquistas ao longo dos anos,
principalmente pelo apoio dos compositores e artistas, e seguiremos nesse
propósito nas próximas décadas”, diz Isabel
Amorim, superintendente executiva do Ecad.
Essa é a terceira edição do relatório “O que o Brasil ouve”,
produzido pelo Ecad. O primeiro foi lançado em março deste ano, com informações
sobre a participação das mulheres na música em todo o Brasil. O segundo foi
apresentado no mês de setembro com dados sobre o impacto da pandemia no mercado
de shows e eventos. O relatório completo sobre a música na última década
com todos os números e os rankings de músicas pode ser consultado neste link .
Fonte: Portal Sucesso/Fotos: Divulgação