Com mais de 20 anos de carreira, o cantor e compositor Robson Nascimento já enveredou pelo samba, rock soul music e gospel. E por vezes funde esses gêneros em seus trabalhos. Ele acaba de lançar nas plataformas digitais, através da MV Music, o single “Tudo Vai Mudar”. A música ilustra bem os altos e baixos do dia a dia do povo brasileiro. “Colocamos na letra, de forma alegre, a correria do dia a dia das pessoas, que estão trabalhando e estudando, porém tem a grande propaganda sempre colocando esse povo para baixo”, conta Robson Nascimento.


De acordo com ele, a ideia do novo single é mostrar como os estímulos externos acabam passando a ideia de que a felicidade está em ‘pagar contas’ e ter ‘o mais caro’ ou o de ‘última geração’. “A mensagem a ser passada é a da auto-responsabilidade. Aquilo que você quer viver, conquistar ou  experimentar na vida, a responsabilidade é sua e não de outra pessoa… Em contraponto, tem a mensagem de esperança, que amarra toda a abordagem da canção: olhar em volta e saber que é filho de um Rei e que, por isso, tudo vai mudar”, anima-se o cantor.


O objetivo de Robson com a canção é atingir três diferentes gerações, a anterior, a dele e a próxima. Pois, seriam gerações ‘órfãs de de qualidade de arranjos e estilos musicais’. “Quero levar para essas pessoas uma música gostosa de ouvir e de dançar, mas que também traz uma mensagem de esperança e amor”, pontua ele, que fala um pouco mais de seu trabalho na entrevista a seguir:


Fale um pouco mais sobre o processo de criação da música “Tudo Vai Mudar”.


Eu e a Daniela fizemos essa música pensando em um momento que estávamos vivendo na nossa igreja, e quando sentamos para escrever estávamos bem humorados e muito inspirados — e começamos a colocar, de forma alegre, a realidade da vida da maioria dos brasileiros que está na correria do dia a dia, trabalhando, estudando, porém tem a grande propaganda sempre colocando ele para baixo. Junto a isso, colocamos também o cotidiano do brasileiro que tenta subir na vida, mas a vida é só ladeira, então a mensagem a ser passada é a da autorresponsabilidade. Aquilo que você quer viver, conquistar, experimentar na vida, a responsabilidade é sua e não de outra pessoa. Em contraponto, tem a mensagem de esperança que amarra toda a abordagem da canção, que é olhar em volta e saber que se é filho de um Rei e que, por isso, tudo vai mudar!


Como você se define como cantor?


Eu sei que tenho características muito peculiares no meu estilo de cantar, mas me defino como um cantor mediano. Sou um musicista, gosto muito da música norte-americana, tenho influências sim, mas a minha essência é a música brasileira que tem um lugar verdadeiro dentro de mim. Nesse momento, estou migrando para a música brasileira sem deixar as características que eu adquiri ao longo da minha carreira, mas honrando a música brasileira do jeito que ela tem que ser honrada.



Fale um pouco sobre suas influências musicais.


Primeiramente foi a música clássica. A partir dos sete anos, a bossa nova e a MPB. Já na adolescência migrei para a soul music e segui até a vida adulta ouvindo e sendo influenciado por ela, e agora iniciando esse trabalho com a música brasileira. Gostou muito do trabalho de nomes como Elis Regina, Milton Nascimento, Jorge Ben, Emílio Santiago, Zimbo Trio, César Camargo Mariano, Originais do Samba, Leny Andrade, Gal Costa, Simone, João Nogueira e Diogo Nogueira (nova geração). Entre os artistas internacionais, aprecio muito Earth, Wind & Fire, Kool & The Gang, The Gap Band, James Brown, Michael Jackson, Stevie Wonder, Prince, Al Green, Marvin Gaye, Barry White e Tina Turner.  Entre os nomes do gospel, tenho o Reverendo James Moore e Mississipi Mass Choir, entre outros, como influências.


Você é conhecido por ter feito ao longo da carreira o chamado Rock Samba Santo…


É verdade. Sou filho de musicista, ouço a minha mãe tocar piano desde o ventre dela. Aprendi a tocar piano clássico com a minha mãe, mas comecei a tocar piano jazzístico sob influências de Elis Regina, Dick Farney, Som 3, César Camargo Mariano, e de cantoras e cantores da época da Bossa Nova, que eu ouvia muito na minha infância através dos meus pais. Por volta dos meus 12 anos, eu comecei a ouvir a música norte-americana com Michael Jackson, Earth, Wind & Fire, Kool & The Gang, e a dançar esse estilo nas festinhas de aniversário. A partir daí, eu comecei a ter identificação com essa música pois dançava muito com meus amigos, e adotei como um estilo quando me converti e comecei a atuar musicalmente na igreja.


Desde então comecei cantar na igreja seguindo esse estilo, até que em 2011 começamos a fazer esse trabalho do Rock Samba Santo na igreja, e começou uma jornada de restauração e resgate das minhas raízes musicais dentro de mim, que foi se manifestando fora através da música. Paralelamente a isso, a Soul Music Gospel foi perdendo força por falta de união, de constância e, até mesmo, de profissionalismo das pessoas que tocavam esse estilo nas igrejas, até que veio esse movimento australiano “worship” e cresceu no cenário gospel, ao passo que a soul music praticamente minguou. Nessa época, eu estava iniciando esse projeto do Rock Samba Santo e pensei: “porque não unir as duas coisas”? O estilo que influenciou a minha maneira de cantar durante toda a minha carreira, com a essência de quem eu sou e do que fui formado musicalmente desde o berço? Hoje estou vindo com essa nova roupagem, com o que tem no meu DNA, com raízes ancestrais fortes, tanto a negra quanto a brasileira.


Em 2014, começou uma desestruturação na banda do Samba Santo, na época não tinha o Rock ainda, e em 2015 o trabalho parou. Até que em 2019 eu retomei o trabalho de pré-produção, já com o nome do projeto como Rock Samba Santo, nos computadores da minha casa, sozinho. Em 2020 e 2021 começamos as produções de estúdio, e agora estamos lançando esse trabalho em todas as plataformas digitais.


Fonte: Portal Sucesso/Fotos: Divulgação


Ouça “Tudo Vai Mudar”, novo single de Robson Nascimento:


 

 

 

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