Com fôlego de garoto, apesar dos 84 anos, Martinho da Vila promove seu novo álbum, “Mistura Homogênea” (capa acima), que chega às plataformas pela Sony Music. “É um encontro sem fronteiras definidas entre poesia e música, entre rap e partido alto, entre brancos e negros, entre samba rural e samba-enredo, entre reza e festa”, afirma o press release. Para atestar, há um time de participações especiais que vão de Zeca Pagodinho ao rabino Nilton Bonder, de Djonga a Hamilton de Hollanda, além de filhos e netos do compositor.


“A mistura é a solução.  Na minha família, os Ferreira, tem umbandista, candomblecista, evangélico, católico… A gente se reúne todo ano. Cada um leva uma comida, a gente bebe, come, canta, reza. Todo mundo junto. Manda um cântico protestante depois da umbanda, é assim que tem que ser”, explica Martinho.

Essa certeza baseou “Unidos e Misturados”, canção que abre o disco e que serviu de estopim para Martinho idealizá-lo. Com participação de Teresa Cristina, a música lançada como single em 2021 é uma ode à força da união em nome do bem. Com tempero do ponteio rural do cavaquinho (herança da Duas Barras, cidade natal de Martinho, no interior do Rio de Janeiro), a dupla propõe juntar os bons pra fazer um roçado. Outro destaque é “Vocabulário de Um Partideiro”, cuja letra brinca com palavras que raramente são ouvidas numa roda de partido alto. Zeca Pagodinho e Xande de Pilares participam da faixa, que ganhou um arranjo de pegada pop assinado por Rildo Hora.

De acordo com o cantor de Vila Isabel, a poesia é elemento fundamental na química do álbum, como reforça a faixa “Dois Amores”, em que ele se junta a Hamilton de Holanda e à escritora moçambicana Paulina Chiziane. Sobre o bandolim de Hamilton, o compositor declama e canta uma louvação a seus dois amores: a música e a poesia. No fim, é Paulina (vencedora do Prêmio Camões em 2021 e fã de Martinho) quem declama versos seus feitos especialmente para o disco.

O cantor cita ainda como destaque “Zuela de Oxum” é parceria com Moacyr Luz, que lançou a canção em 2003. Agora Martinho dá sua leitura a ela, saudando orixás sobre o arranjo que une agogô, acordeón e trombone. Depois do “saravá”, segundo ele, a faixa “Oração Alegre” propõe um alegre encontro ecumênico, como os das festas da família Ferreira. O pastor Henrique Vieira, o rabino Nilton Bonder e o líder muçulmano César Kaab Abdul, além do próprio Martinho, lançam suas mensagens de harmonia religiosa, apoiados no batuque de Carlinhos Brown, que participa da faixa.

Fonte:Portal Sucesso/Foto: Divulgação

 

 

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