Destaque
27/12/2022 08H47
“Erasmo Carlos era
diretor da UBC, uma honra para esta sociedade, especialmente num ciclo em que
ambos completaram 80 anos de existência. Foi Prêmio UBC em 2018 (foto acima),
homenageado por seus pares compositores e intérpretes. Uma noite memorável, um
privilégio para todos os presentes. Sua obra com Roberto Carlos faz parte do
DNA da América Latina, rompeu fronteiras, paredes fictícias, gerações
sucessivas. Sua obra mais particular, própria, era facilmente reconhecível,
contemporânea, inclusiva. Atraiu novos parceiros, cativou e cultivou novas
referências, amizades, terrenos, influências.
Erasmo
era generoso e corajoso de forma extrema, com senhas e sinais próprios de um
gigante. Foi invisibilizado e inviabilizado em alguns momentos de sua carreira,
teve superação e inspiração até seus minutos finais. Tinha um olhar atento e
paciente para o novo. Cada dia queria falar menos do passado, flertava com
o futuro como um menino.
Curioso,
serenamente inquieto, Erasmo era uma lição em pessoa. Aprendemos muito com seu
jeito, seu silêncio, sua preocupação com o próximo, com o coletivo. Construiu
uma obra que permanece, aliada do tempo e de templos que poucos deuses visitam.
Tinha a simplicidade e a genialidade de poucos.
Erasmo
era um cronista de nosso tempo, que falava coisas do cotidiano e do amor de
maneira que todos entendiam e com as quais se identificavam. Era um ser humano
amoroso, atento, generoso, amigo de todas as horas, camarada. Era o Lennon de
McCartney, o eterno parceiro do Rei Roberto.
No seu trabalho solo, desenhou
uma identidade única, mas sempre aglutinadora, principalmente magnética e
acolhedora para as novas gerações. Erasmo era uma brasa e uma brisa gentil, um
gigante que crescia no coração de todos nós e que nos vai deixar um vazio
proporcional”. (Por
Marcelo Castello Branco, CEO da União Brasileira de Compositores-UBC).
Marcelo Castello Branco e o cantor Erasmo Carlos, que nos deixou em novembro último
Fonte:
Portal Sucesso/Fotos: Divulgação