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20/01/2023 07H24
O peso na letra unida à rouquidão e a emoção na voz de Janis Joplin dão o tom da carreira da maior e mais influente cantora de rock da história. Mas por trás da figura mítica da artista, há uma vida carregada de transgressões, quebras de paradigmas, frustrações amorosas e dissabores familiares. Escrita por Holly George-Warren, jornalista e uma das mais respeitadas cronistas da história da música norte-americana, “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música” (Ed. Seoman), propõe rememorar sua trajetória, na semana em que ela, se viva, completaria 80 anos (no dia 19, quinta-feira).
Para relatar a vida da cantora, a autora, que também é
especialista em biografias de rock, recorreu a familiares da cantora, amigos,
colegas de banda, pesquisou arquivos, diários, cartas e entrevistas há muito
perdidas. Ela faz, sobretudo, um perfil minucioso detalhando os passos de Janis
até a overdose acidental de heroína, que lhe ceifou a vida em 4 de outubro de
1970.
“Por meio de um estilo radiante e intimista, esta biografia consolida Janis como vanguardista musical. Uma mulher rebelde, dona de grande astúcia e personalidade complexa, que rompeu regras e desafiou todas as convenções de gênero em sua época, abrindo caminho para as mulheres poderem extravasar suas dores e revolta no cenário artístico sem serem tão oprimidas pelo universo machista existente no meio musical. Este livro também foi celebrado pela grande mídia nos estados Unidos – The New York Times e The Washington Post, entre outros – como a biografia que revela, de forma definitiva, a “verdadeira Janis Joplin”, além de ser elogiado no site oficial da cantora”, reforça o press release.
Janis se notabilizou com o rock, mas transitava com facilidade por outros ritmos, como blues, o soul e o folk-rock. Sua carreira solo teve poucos anos de existência, mas foi capaz de notabilizar canções como “Mercedes Benz”, “Get It While You Can” e “Me and Bobby McGee”.
Entretanto,
sua erudição, empenho e talento combinados não transformaram a cantora no
símbolo que representa.
“Por sua
influência e por seu próprio trabalho perene, Janis Joplin permanece no coração
de nossa música e de nossa cultura”, afirma a autora.
Responsável por dar fim à tônica de opressão e machismo que pairavam
no mundo àquela época, Janis
Joplin expunha sem medo suas convicções sobre temas como
sexualidade e a psicodelia. Por essa vertente também tem entre suas fãs, a
compositora e ativista Rosanne Cash e outras emblemáticas cantoras como Brandi
Carlile, Margo Price e Courtney Marie Andrews. Além disso, diversas artistas
vivenciaram a luta de Janis contra o sexismo do mundo do rock, entre elas,
Patti Smith, Debbie Harry (Blondie), Cyndi Lauper, Chrissie Hynde (The
Pretenders), Kate Pierson (B-52’s) e Ann e Nancy Wilson (Heart), que foram
diretamente influenciadas por sua música, atitude e coragem.
“Antes da passagem um tanto breve de Janis Joplin pelo sucesso, teria sido difícil para essas artistas encontrarem um modelo feminino comparável à beatnik de Port Arthur, Texas. A mistura de musicalidade confiante, sexualidade impetuosa e exuberância natural, que produziu a primeira mulher estrela do rock dos Estados Unidos, mudou tudo”, conta a autora Holly George-Warren na introdução da obra.
A forma como Janis transmitia emoção, em um canto que ia da melancolia à rebeldia, era e sempre será único. Sua voz rouca, que todos conhecem, revela uma alma que sofria e buscava refúgio na heroína. Outro fator que marcou sua vida, também retratado no livro, foi a busca incessante pelo amor. Ela que nunca foi capaz de ter um relacionamento sólido e duradouro, e dessa forma buscou uma maneira de aliar a sua carreira com o sonho de constituir uma família, levando-a ao seu triste fim: sua morte precoce, aos 27 anos, por overdose acidental de heroína.
Fonte: Portal Sucesso/Fotos: Divulgação