Destaque
14/02/2023 07H12
O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), anunciou nesta segunda-feira, 13, que distribuiu o valor recorde de R$ 1,2 bilhão em direitos autorais de execução pública para mais de 316 mil compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos, além das associações de música, em 2022. O valor representou um crescimento de mais de 35% em comparação com o que foi distribuído em 2021 (no período da pandemia os recolhimentos tiveram redução sobretudo na rubrica “música ao vivo”), mas é superior ao pouco mais de R$ 1 bilhão registrado em 2019, quando o mercado ainda operava sem qualquer restrição.
De acordo com o órgão, o repertório nacional recebeu 64% dos valores repassados na distribuição de direitos autorais no ano passado, o que aponta para a forte característica do consumo de músicas brasileiras no país. Entre os segmentos de execução pública que alcançaram números expressivos em 2022, o de TVs foi o responsável pela maior parte dos valores distribuídos aos titulares de música, representando 41% do total. Em seguida, o segmento de Rádio + Direitos Gerais (estabelecimentos que usam música mecânica e que não são distribuídos em nenhuma rubrica específica) representou 20% da distribuição feita pelo Ecad, mostrando que, apesar do retorno dos eventos presenciais e da mudança de comportamento do consumidor com a popularização do streaming, esse veículo ainda é importante para compositores e artistas.
O segmento de Streaming de vídeo teve participação de 11% e o de Streaming de áudio, de 7% dos valores distribuídos, posicionados logo em seguida. No segmento Digital, vale ressaltar que o Ecad fez licenciamento de novas plataformas de áudio e vídeo, avançando nas negociações de contratos e na conscientização do usuário de música pelo pagamento de direitos conexos, além dos direitos de autor, para remunerar todos as categorias de titulares de música. Já o segmento de Shows teve 6% da participação da distribuição total do Ecad, com a volta de festivais de música, como Rock in Rio e Lollapalooza, e shows nacionais e internacionais, como Kiss, Metallica e outros realizados no ano passado. No Rock in Rio, o maior festival de música e entretenimento do mundo, foram distribuídos mais de R$ 10 milhões destinados a compositores.
O
Escritório, administrado pelas associações de autores Abramus, Amar,
Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC), “adotou em 2022 uma série de iniciativas
que contribuíram para o desenvolvimento da cadeia produtiva da música,
garantindo a remuneração de compositores, intérpretes, músicos, editores e
produtores fonográficos, além das associações de música”, conforme anúncio
oficial. Entre elas, estão investimentos em tecnologia e cibersegurança, o
desenvolvimento de uma nova plataforma de identificação musical e a
modernização do sistema de arrecadação de direitos autorais para ter maior
abrangência em todas as cidades do Brasil, além da inovação em processos com
apoio das áreas de Auditoria e Compliance, Comitê de Ética e implantação de
práticas ESG.
“Queremos que o Ecad se torne cada vez mais conectado com os seus usuários e o mercado da música, com a adoção de soluções tecnológicas e de diversidade, dentro das melhores práticas ambientais, sociais e de governança. Já temos implantadas práticas importantes que mostram a transparência do nosso trabalho, como o programa de Compliance, além da valorização da diversidade com grande parte de cargos de liderança ocupado por mulheres. Esse é um caminho longo para todas as empresas, mas acredito que o Ecad evoluiu bastante nos últimos anos e vamos fazer ainda mais. Também estamos desenvolvendo cada vez mais o trabalho no digital e acreditamos no crescimento desse segmento para o mercado da música neste ano”, disse a superintendente executiva, Isabel Amorim.
O
investimento em transformação digital otimizou fortemente o trabalho de
identificação musical realizado pelo Ecad no ano passado. De 2019 a 2022, foram
identificadas 3,9 trilhões de execuções musicais nos serviços de streaming no
Brasil, das quais quase metade ocorreram em 2022. Neste processo, as
plataformas digitais enviam periodicamente informações sobre as músicas tocadas
e, a partir do cruzamento automático com o seu banco de dados, o Ecad consegue
identificar 100 mil músicas por segundo. Atualmente, a instituição tem uma das
maiores bases de dados da América Latina, com 18,5 milhões de obras
musicais. A adoção de práticas de ESG também é uma importante diretriz que
vem sendo trabalhada pelo Ecad. A instituição já conta com políticas antifraude
e anticorrupção, canal de denúncias e uma estrutura de assembleia geral para
decisões da gestão coletiva da música.
Fonte: Portal Sucesso/Fotos: Divulgação