Destaque
09/03/2023 05H23
Aproveitando a comemoração do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira, 8, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) está lançando a terceira edição do relatório “O Que o Brasil Ouve – Mulheres na Música”. Produzido anualmente, o estudo apresenta um panorama sobre a participação feminina no mercado musical no país no ano anterior. O novo levantamento aponta que, em 2022, as mulheres receberam apenas 8% dos valores em direitos autorais destinados a pessoas físicas.
Apesar de um aumento de 45% em comparação ao montante
distribuído para elas em 2021, os números proporcionais mostram que o caminho
ainda é longo para a igualdade e equidade de gênero na música. Do total de R$
1,2 bilhão distribuídos pelo Ecad em 2022, o valor de R$ 730 milhões foi
repassado para pessoas físicas — compositores, intérpretes e musicistas –,
enquanto o restante foi destinado a pessoas jurídicas (editoras, produtoras,
associações).
As
mulheres receberam aproximadamente R$ 58 milhões, considerando o valor
destinado a pessoas físicas. No ranking das 20 músicas mais tocadas de 2022 nos
serviços de streaming, apenas duas foram compostas exclusivamente por mulheres:
“Presepada” (Marilia Mendonça e Maraisa) e “Todo Mundo Menos Você” ((Marilia
Mendonça, Maiara e Maraisa).
“Essa terceira edição do relatório é a nossa contribuição para a
indústria da música no Brasil, a partir de uma reflexão sobre o papel da mulher
no cenário artístico musical. Os números não são favoráveis às mulheres, mas
acredito que mostrar a realidade ajuda a definir o posicionamento que todas
devemos assumir no nosso dia a dia para equilibramos esse quadro. Nosso
trabalho também busca levar essa questão para o mercado. No Ecad, atualmente, o
nosso quadro de colaboradores conta com 50% de mulheres e elas ocupam 44% dos
cargos de liderança”, afirma Isabel
Amorim, superintendente executiva do Ecad.
A
presença de mulheres no ranking dos 100 autores com maior rendimento em
direitos autorais em 2022 não mostrou variação em relação a 2021: a
representatividade feminina foi novamente de apenas 4% do total de titulares
contemplados. Outro indicador que também não teve variação em relação ao
ano anterior foi a quantidade de beneficiados com rendimentos em direitos
autorais. Em 2022, o Ecad contemplou mais de 316 mil compositores, músicos,
intérpretes, produtores fonográficos e editores. Desse total, 250 mil titulares
de música foram identificados como pessoas físicas e deste, apenas 10% eram
mulheres. Esse foi o mesmo percentual de mulheres beneficiadas em 2021.
Já em relação aos novos titulares, nacionais e estrangeiros, que se filiaram a uma das sete associações de música da gestão coletiva no ano passado, foi possível verificar o crescimento feminino. Mais de 36 mil mulheres foram cadastradas no banco de dados, o que representa cerca de 15% do total de novos cadastros. Em comparação a 2021, houve um aumento de 8% de titulares do gênero feminino.
Atualmente o banco de dados da gestão coletiva conta com mais de
4 milhões de titulares cadastrados como pessoas físicas e as mulheres
representam 10%, ou seja, 400 mil. Cerca de 95% delas estão filiadas como
autoras. É importante destacar que o cadastro pode ser feito em mais de uma
categoria, além de autora, como intérprete, musicista ou produtora fonográfica.
Fonte: Portal Sucesso/Fotos: Divulgação