Música
26/05/2023 10H21
Foto: Elisa Maciel
Cantor, compositor e multi-instrumentista festejado, o
carioca Zé Ibarra, de
25 anos, teve seu trabalho reconhecido internacionalmente em 2022 por conta do
disco “Sim, “Sim “Sim”, da banda Bala Desejo — composta por ele ao lado de
Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes — ter conquistado o GRAMMY Latino
na categoria Melhor Álbum Pop em Língua Portuguesa.
Em paralelo à banda que mistura bossa nova com pop/rock, Ibarra
desenvolve consistente carreira solo e, nesta quinta-feira, 25, apresentará nas
plataformas um projeto retomando a sonoridade que conheceu durante suas
vivências, na infância e adolescência, quando morava no bairro da
Gávea, no Rio. As músicas foram gravadas apenas com voz e violão entre os
degraus do Edifício Marquês de São Vicente. Lançado pelo selo Coala Records, o
álbum “Marquês, 256” traz oito faixas, todas com os respectivos
registros em vídeo.
Prólogo do primeiro disco-solo em estúdio de Ibarra, previsto para o início de 2024, o projeto é feito de material fonográfico e visual de versões mais orgânicas de canções que marcaram a vida pessoal e a carreira dele. Parte delas deu corpo às lives apresentadas pelo artista durante a pandemia de covid-19, e reproduzidas da área comum do prédio. As memórias de quando era criança, a visitação a um repertório que representasse o retrato de diferentes épocas do próprio amadurecimento e a vontade de registrar a aura do prédio, a que chama de “um objeto fantástico”, foram guias para que Zé Ibarra contemplasse o projeto da forma que ele é.
“O prédio virou um objeto fantástico na minha vida. Sabe aquele
lugar em que você conhece cada milímetro e é apaixonado por cada milímetro? Sei
cada portinha, cada escada, cada planta”, explica Zé Ibarra. “Até hoje, quando
me apaixono por uma canção e quero cantá-la, é para lá que volto, para ouvir o
som que reverbera naqueles corredores. É quase como extensão do meu corpo, faz
parte de mim. Parece engraçado dizer algo assim, mas na verdade é uma sorte que
dei. Talvez se não tivesse tido contato com uma acústica maravilhosa desde
pequeno, não teria entendido que música é das coisas mais sensíveis e
milagrosas que há”, completa ele.
A voz de Zé Ibarra, marcadamente uma das mais importantes de sua
geração na música, aparece em primeiríssimo plano em “Marquês,
256″. A partir dela, ele se permite resgatar a figura
de cantautores brasileiros, como Milton Nascimento, Gilberto Gil,
João Bosco e Caetano Veloso, para deixar o violão como “de quem se acompanha”.
“Ele é quase um respaldo ocasional para a voz. O tema do projeto é esse: a voz
e a canção, como tantos outros já fizeram”, explica.
No repertório, releituras para “San Vicente”, composição de
Milton Nascimento e Fernando Brant; “Vou-me Embora” (Paulo Diniz e Roberto
José); “Olho D’água” (Waly Salomão e Caetano Veloso), gravada por Maria
Bethânia. Entre as inéditas, destaque para “Dó a dó”, de Dora Morelenbaum e Tom
Veloso e “Como eu Queria Voltar”, escrita por Ibarra, Tom Veloso
e Lucas Nunes.
Ouça o álbum “Marquês, 256”, de Zé Ibarra:
https://open.spotify.com/album/1qJlWTgyyZhrF0jxWnDE9I
Fonte: Portal Sucesso/Foto: Divulgação