Segundo a Polícia Civil, paramilitar
conhecido como Bibi foi levado para a milícia por Tandera e atualmente é seu
rival na guerra entre os paramilitares
Rio -
Ainda durante a adolescência, Bibi, de 29 anos, se mudou de Cosmos para o
Jesuítas, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Mesmo sendo oito anos mais novo que
Danilo Dias Lima, o Tandera, não demorou muito para se aproximar do vizinho de
rua, que veio a se tornar um dos principais milicianos do Estado do Rio.
Entretanto, de amigos de infância, eles se tornaram inimigos mortais e,
atualmente, Bibi disputa a guerra da milícia ao lado de Luis Antônio da Silva
Braga, o Zinho.
De acordo com a Polícia
Civil, Bibi entrou para o grupo paramilitar há pelo menos seis anos, a convite
de Tandera, que na época era aliado ao clã da família Braga e subordinado a
Carlos Alexandre da Silva, o Carlinhos Três Pontes.
No início, o trabalho de Bibi
era fazer as cobranças dos serviços explorados pelos paramilitares, como o
gatonet. Até ele ascender na organização criminosa e alcançar um cargo de
confiança. O miliciano foi preso em janeiro de 2017, apontado como responsável
por comandar os negócios de Carlinhos Três Pontes em Santa Cruz - morto três
meses depois durante uma operação da Polícia Civil.
Foi depois da prisão que a
briga entre os vizinhos e amigos de infância começou. Os agentes descobriram
que Bibi se sentiu desassistido por Tandera, que não teria o ajudado a sair da
cadeia e nem lhe oferecia melhores condições no presídio.
Miliciano
trocou de grupo na cadeia
Wellington da Silva Braga, o
Ecko, foi quem assumiu a milícia após a morte do irmão, Carlinhos, e fez
sociedade com Tandera, dando para ele o controle das atividades ilegais do
Jesuítas, em Santa Cruz, e de municípios da Baixada Fluminense, como Nova
Iguaçu, Queimados e Seropédica. No entanto, em dezembro de 2020, os dois
entraram em conflito e desfizeram a aliança criminosa.
O rompimento entre os grupos
atravessou os muros da Penitenciária Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9,
no Complexo de Gericinó, e na separação das galerias, Bibi acabou ficando do
lado dos irmãos Braga.
O miliciano ficou preso até o
dia 3 de agosto deste ano, após a morte de Ecko, em junho.
Perfil violento
e investigado por homicídio
Para a Polícia Civil não
demorou muito para Bibi voltar a cometer crimes depois que saiu da prisão.
Agora sendo comandado por Zinho, terceiro irmão da família Braga a herdar os
negócios da milícia, Bibi está sendo investigado em inquéritos das Delegacias
de Homicídios da Capital (DHC) e da Baixada Fluminense (DHBF) que apuram
assassinatos durante a guerra contra o grupo de Tandera.
Um dos crimes foi cometido no
dia 7 de agosto, apenas quatro dias após a liberdade de Bibi, no bairro
Lagoinha, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo a corporação, a área
seria controlada por Tandera e os soldados de Zinho teriam ido até lá para
obter informações sobre integrantes da organização criminosa liderada pelo rival,
com o objetivo de estabelecer o domínio territorial da região.
Investigadores das
especializadas informaram ainda que têm indícios do envolvimento de Bibi de
forma direta na guerra que está acontecendo entre as duas milícias e apuram a
participação dele em alguns homicídios que vem sendo cometidos na disputa
territorial na Zona Oeste do Rio e na Baixada Fluminense.
Ainda de acordo com a
polícia, o perfil violento do miliciano não se restringe apenas aos rivais
paramilitares. Contra Bibi existe também registros de violência doméstica. Ele
ainda possui anotações criminais por roubo de veículo, homicídio, porte ilegal
de arma de fogo, associação criminosa e extorsão.
Fonte: ODiaonline/Thuany
Dossares Foto: Reprodução