Música
22/11/2021 08H11
No final de semana a Sony Music, companhia à qual o
sambista Martinho da Vila é
vinculado, lançou “Semba Africano”, um medley de “Muadiakime / Semba dos
Ancestrais”, gravada em duo com sua filha caçula Alegria, a mais nova artista
da família. Trata-se do quarto single de seu novo álbum “Mistura Homogênea”,
chegará em sua totalidade às plataformas em fevereiro, um mês que promete, já
que no carnaval 2022 a Unidos de Vila Isabel terá justamente seu maior baluarte
como enredo. Antes disso, porém, ainda este mês, a Sony lançará um
“lyric video” do clássico “Canta, Canta Minha Gente”, por ele ser um dos
artistas com maior número de títulos em seu catálogo.
Como se sabe, em paralelo à sua carreira de sucesso, Martinho foi
lançando suas crias no meio artístico, como Mart’nália, ainda nos anos 80,
Maíra Freitas, nos anos 2010, afora os outros filhos, todos de alguma forma
ligados à música. Desta vez, é efetivamente a primeira vez
que Alegria participa de uma gravação e de um clipe com o pai –
diga-se de passagem, um clipe belíssimo, dirigido por Henrique Alqualo e
Vanessa Anesi, gravado no Museu de Arqueologia de Itaipu, em Niterói (RJ), que
chegou às plataformas no dia 18, sexta-feira. “O “Semba Africano’” é de fato
uma homenagem às raízes african
as do cantor e compositor, na batida do “semba”, um ritmo
angolano. Os primeiros versos da gravação trazem os dois cantando em quimbundo,
uma das línguas mais faladas no noroeste do país. Na verdade, essa língua
emprestou diversas palavras ao português falado no Brasil como “moleque”,
“cafuné”, “quilombo”, “marimbondo”, “cochilar”, entre muitas outras”, explica a
gravadora em press release.
Ambas as canções do medley ele já havia gravado anteriormente. A
primeira, “Muadiakime”, de Bonga e Landa, no LP “Presente” (1977) e a segunda,
“Semba dos Ancestrais”, dele em parceria com Rosinha de Valença, em “Criações e
Recriações” (1985), em que remete ao ritmo/dança que anos depois ganharia no
Brasil sua forma definitiva, o samba. Tudo isso só sublinha o fato de que sua
ligação com Angola, especialmente Luanda, vir de muito longe. Em 2017 Martinho
recebeu o título honorário de “Embaixador Cultural de Angola e da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa” pela Boa Vontade da CPLP (Comunidade de
Países de Língua Portuguesa), por divulgar a lusofonia e incentivar
as relações linguísticas do nosso idioma.
Com 60 anos de carreira e 83 de idade, o cantor, músico, poeta,
escritor e agitador cultural Martinho da Vila foi homenageado na
última quinta-feira, 18, pelo conjunto de sua obra na edição deste ano do Latin
GRAMMY, realizado em Las Vegas, em cuja cerimônia ele marcou presença. Além de
receber o troféu “Lifetime Achievement”, das mãos de Marcelo Castello Branco (UBC) e Aloysio Reis (Sony ATV),
Martinho concorreu na categoria Melhor Álbum de Samba e Pagode por “Rio: Só
Vendo a Vista” na premiação — vencida por Paulinho da Viola.
Fonte: Portal Sucesso/Fotos: Divulgação
Assista ao
vídeo do medley com “Muadiakime/Semba dos Ancestrais”, com Martinho e sua filha
Alegria: